Em África, todos os dias morre um rinoceronte vítima de caça ilegal, uma actividade que cresceu exponencialmente no último ano e meio, devido ao aumento da procura dos chifres por parte dos mercados asiáticos. Só nós últimos cinco anos, mais de 600 destes animais foram capturados clandestinamente no continente africano, sendo que 212 foram caçados na África do Sul no último ano. De acordo com o Fundo Mundial de Vida Selvagem (WWF, na sigla em inglês), existiam centenas de milhar de rinocerontes em África, sendo que só a África do Sul concentrava cerca de 80% da população desta espécie. Actualmente, restam apenas quatro mil rinocerontes pretos e 17500 rinocerontes brancos.
“A caça ilegal epidémica é extremamente preocupante”, salienta Matthew Lewis, perito em espécies da WWF África. “Se não for travada, os esforços desenvolvidos na última década para conservar a espécie serão infrutíferos, afectando a biodiversidade da região e a indústria do turismo e as comunidades que beneficiam com os rinocerontes”.
A caça ilegal está cada vez mais sofisticada e nas mãos de organizações criminais, que recorrem a armas silenciosas, arpões, óculos de visão nocturna de longo alcance e helicópteros. Numa tentativa de alertar o mundo para esta realidade e de a combater, o WWF tem vindo a apelar aos sul-africanos que iluminem as áreas onde habitualmente ocorre a caça clandestina. Uma iniciativa que tem o seu auge no dia 22, quarta-feira, com o “Dia de Fazer Barulho pelos Rinocerontes”. Às 13 horas locais, em Joanesburgo, estão todos convidados a tocar as suas vuvuzelas, para lançar um grito de alerta.
Fonte: JN
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